sábado, 27 de abril de 2013

Declínio

o grito da coruja

Íngreme a descida, pesado o véu.
Os crepúsculos já gastos na catábase dos dias encerram promessas de céu.
Alteiam-se ruínas na corrosão do tempo, bebem da ferrugem que o apodrece.
Cruzo o umbral das lendas, piso a ironia dos degraus que o caruncho devora.
 Os musgos entopem as fendas; o bafo da terra adormece: o bolor é tudo quanto nas pedras mora.
São os mesmos degraus que outrora subia, no declinar das minhas horas, quando era tão-só alma num corpo que anoitece. 

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