segunda-feira, 7 de julho de 2014

Clarabóia

Clarabóia

O latir dos cães emoldura o silêncio
Cresce
Na ruina dos sentidos despenha-se contra a vidraça.

Os sons não voltaram com o calar da tormenta;
nem a erva lá fora reergue a estepe alourada
Ao Sol que vacila cá dentro
Na gaveta trancada.
Expandir, dilatar
Queima.
De dentro para fora.
Assustado, refulge em tons de vela.
E com um sorriso doente escapa-se.
E escapa-se
Pela clarabóia.

Porque há estrelas que guardamos a vida toda, sóis que adoecem fechados em nós.

1 comentários:

Nanda Costa disse...

Excelente poema e uma foto muito artística e elucidativa!