Longe de mim nada existe; não existo na distância, na curva do olhar onde o horizonte se perde. A cada passo percorro um passado, cada instante é já ido. Queimo lágrimas no fogo das memórias; sou quem já não é, parti de onde nunca cheguei, abandonei quem não conheci.
Há dor sob o estalar da gravilha, a angústia das pedras que me guiam; há a lama.
É a estrada sôfrega que me arrasta, é o pó.
Esqueço.
Esqueço-me.
Acima, o trinado de uma cotovia algures nas ramas.
O vento.
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
Retratos II
Publicada por Isabella à(s) 2:44 da tarde
Etiquetas: caminho, cotovia, esquecimento, lama, pó, prosa poética, retratos, vento
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
E a cotovia vai "gritando" no ninho da Coruja! Bjs!
E por vezes a coruja caminha com pés de gente, e de pássaro só existe a cotovia.
bjinhos
Enviar um comentário