domingo, 25 de abril de 2010
Posse
A propriedade é a mais plebeia das alucinações. Sonha o rei um poder que não tem; sonha o camponês uma terra que sempre foi sua.
Publicada por Isabella à(s) 2:27 da tarde
Etiquetas: alucinação, Fotografia artística, poder, posse, terra
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2 comentários:
Cada vez que escreves, é um desafio maior, mas ainda gosto mais de dificultar na escolha da palavra para ilustrar o poema :) Hoje escolhi a palavra "posse":
Criei, não Possuí
Criei, não possuí.
Instante de infinitude, o que moldei na voz
respira. A firme casa do meu corpo se fez
pelo contraste, que só o contrário cria.
Não possuí,
denso ou raro,
pequeno até ao nada,
nenhum símbolo,
nenhum olhar de brasa,
nenhum odor colado à pele.
Pretendi a verdade, mas tudo se muda
pelos meus olhos e a fosca luz do que foi viver
só no amor se moveu. Morto o amor,
transforma-se a água.
Onde a noite não há e o dia não é,
esqueço as mudanças do tempo
e com meus ardis me defendo
do terror de mim.
Orlando Neves, in "Noema - Regresso de Orfeu"
Que lindo poema! bjinhos
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